A POLÍTICA DE PERTO – ESTUDO SÓCIO-ANTROPOLÓGICO DAS ELEIÇÕES EM BARBACENA/2012

Carlos E. P. Procópio

Resumo


A cada dois anos as cidades brasileiras se defrontam com um processo
decisório onde seus cidadãos de fato e de direito vão às urnas escolher seus
representantes, seja para os cargos majoritários (presidente, senador, governador e
prefeitos), seja para os cargos proporcionais (deputados federais e estaduais e
vereadores). Nesses processos, o que não faltam são jogos de adesões que não só
exprime a vontade individual de cada cidadão, como também uma série de arranjos
coletivos que convertem as cidades em telas borradas, marcadas pela presença
cissípara de candidatos bradando projetos, propostas, soluções, compromissos e
acusações. Em várias cidades, por suas formações culturais sui generis, as eleições
conformam cenários e arranjos específicos que não servem só para pensar a política
local pura e simplesmente, mas também os dispositivos sociais que elas acionam. A
cidade de Barbacena, no estado brasileiro de Minas Gerais, é um exemplo de como
isto se dá. Ela possui uma tradicional disputa entre as famílias Bias Fortes (biistas) e
Andradas (andradistas), cisão que se transformou num “mito que dividiu o poder
político municipal em dois pólos”, onde qualquer inserção política dependeria da
aliança a um dos grupos em questão.

Palavras-chave


Eleições, Política, Barbacena.

Referências


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