ELEIÇÕES EM BARBACENA/2012 – ESTUDO SÓCIO- ANTROPOLÓGICO
Resumo
decisório onde seus cidadãos de fato e de direito vão às urnas escolher seus
representantes, seja para os cargos majoritários (presidente, senador, governador e
prefeitos), seja para os cargos proporcionais (deputados federais e estaduais e
vereadores). Nesses processos, o que não faltam são jogos de adesões que não só
exprime a vontade individual de cada cidadão, como também uma série de arranjos
coletivos que convertem as cidades em telas borradas, marcadas pela presença
cissípara de candidatos bradando projetos, propostas, soluções, compromissos e
acusações. Em várias cidades, por suas formações culturais sui generis, as eleições
conformam cenários e arranjos específicos que não servem só para pensar a política
local pura e simplesmente, mas também os dispositivos sociais que elas acionam. A
cidade de Barbacena, no estado brasileiro de Minas Gerais, é um exemplo de como
isto se dá. Ela possui uma tradicional disputa entre as famílias Andradas
(andradistas) e Bias Fortes (biistas), cisão que se transformou num “mito que
dividiu o poder político municipal em dois pólos”, onde qualquer inserção política
dependeria da aliança a um dos grupos em questão.
Palavras-chave
Referências
ONOME, José Roberto. A fé do voto. Trabalho apresentado no IX Congresso Latino-Americano sobre Religião e Etnicidade. UMESP/São Bernardo do Campo, 2006. (mimeo).
BORGES, Antonádia. Sobre pessoas e variáveis: etnografia de uma crença política.
Mana, n. 11, v. 1, 2005, pp. 67-93.
BOURDIEU, Pierre. A profissão de sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2002.
GOLDMAN, Márcio. Segmentaridades e movimentos negros nas eleições de Ilhéus.
Mana, n.7, v. 2, 2001, pp. 57-93.
______ Os tambores dos mortos e os tambores dos vivos. Etnografia, antropologia e política em Ilhéus, Bahia. Revista de Antropologia, n. 2, v. 46, 2003, pp. 445-476.
______; CRUZ DA SILVA, Ana Cláudia. Por que se perde uma eleição? In:
GOLDMAN, Márcio. Alguma antropologia. Rio de Janeiro: Relume Dumará: 1999.
LADEIRA, Francisco F. As relações políticas entre as famílias Bias Fortes e Andrada na cidade de Barbacena: da formação da poderosa aliança à criação do mito da acirrada rivalidade. Mal-Estar e Sociedade - Ano II - n. 3 - Barbacena - nov. 2009 - p. 55-76
KUSCHNIR, Karina. Antropologia e política. Revista Brasileira de Ciências Sociais,n. 64, v. 22, s/d, pp. 163-166.
______; CARNEIRO, Leandro Piquet. As dimensões subjetivas da política: cultura política e antropologia da política. s/d, (mimeo).
PALMEIRA, Moacir. 1997. “Política ambígua”. In BIRMAN, P., NOVAES, R. e CRESPO, S. (orgs.). O mal àbrasileira. Rio de Janeiro, EdUerj.
PALMEIRA, Moacir e HEREDIA, Beatriz, M. A. 1993. “Le temps de la politique”,
Études Rurales, 131-132, juillet-décembre, p. 73-87.
_____ 1995. “Os comícios e a política de facções”, Anuário Antropológico/94, Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, p. 31-94.
Apontamentos
- Não há apontamentos.